sexta-feira, 11 de março de 2011

Os Socialistas Utópicos

Criticavam a exploração dos trabalhadores e as injustiças da sociedade industrial, porém, estavam ainda impregnados de valores liberais ao formularem suas críticas ao progresso industrial. Atacando os grandes proprietários, acreditavam que pudesse haver um acordo entre as classes. Elaboraram soluções que não chegaram a constituir uma doutrina e sim modelos sociais idealizados, por isso foram chamados de utópicos.


¾   Gabriel Bonnot de Mably (1709-1785): foi um dos homens mais cultos de seu tempo. Assim, como Morelly, foi considerado um dos precursores do socialismo utópico (ou comunismo utópico, como registrou F. Engels). Em seus escritos criticou toda a ordem feudal apoiada na propriedade privada que, para ele, era a fonte da desigualdade social, e para curar este terrível vício, o homem não tinha mais que se instruir e ter boa moral. Era cético quanto ao futuro da humanidade. Para ele era impossível alcançar a "idade do ouro".



¾   Morelly (1717-?): filósofo materialista francês do século XVIII, pouco se sabe sobre sua vida. Somente em meados do século XIX é que se teve a certeza de que os livros O Código da Natureza (1755) e a Basilíade eram obras suas. Via na propriedade privada o mal do mundo e para resolvê-lo pregava a propriedade coletiva do solo. "Onde não existir prorpiedade privada não pode existir nenhuma das suas funestas consequências". Tanto Mably quanto Morelly não defendiam a violência. A ordem social injusta tinha que ser mudada com apelos à razão, e não por meio da revolução.



¾   Conde Claude de Saint-Simon (1760-1825): revolucionário francês de 1789, era racionalista como a maioria de seus contemporâneos. Propôs a formação de uma sociedade em que não haveria ociosos (militares, clero, nobreza, magistrados) nem a exploração econômica de grupos de indivíduos por outros. Cada um ganharia de acordo com o real valor de seu trabalho. Propôs uma sociedade dividida em três classes: sábios, proprietários e os sem posses, que seria governada por um conselho de sábios e artistas.

 

  

¾   Charles Fourier (1772-1837): herdeiro da idéia de Rousseau de que “o homem é bom, mas a sociedade e as instituições o pervertem”. Acreditava ser possível reorganizar a sociedade com a criação dos Falanstérios (fazendas coletivas agroindustriais), não conseguindo, porém, empresários interessados em financiar seu projeto, apesar de alegar que os mesmos superariam a desarmonia capitalista surgida da divisão do trabalho e do papel anárquico exercido pelo comércio na sociedade.



¾   Robert Owen (1771-1858): jovem administrador inglês de uma fábrica de algodão em Manchester, observou de perto as condições desumanas dos trabalhadores e revoltou-se com as perspectivas do progresso industrial. Buscou criar uma comunidade ideal, de desigualdade absoluta, cooperativista, já que seria impossível formar um ser humano superior no interior de um sistema egoísta e explorador.
·   · Aplicou suas idéias na Escócia implantando uma comunidade de alto padrão em que as pessoas tinham alto nível de instrução, trabalhavam dez horas por dia e recebiam de acordo com as horas de trabalho.
    · O sucesso de sua cooperativa e suas críticas à propriedade privada e à religião o obrigou a abandonar a Grã-Bretanha e ir para os EUA, onde fundou a comunidade de New Harmony. No fim de sua vida dedicou-se à organização das trade unions.



¾   Louis Blanc (1811-1882): líder socialista francês, propôs a criação de “oficinas sociais” dirigidas por sindicatos operários com o apoio do Estado. Fez parte da Revolução de 1848, na França, promovendo protestos operários contra Luís Filipe.




Projeto de um Falanstério


New Harmony

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