quarta-feira, 30 de março de 2011

O Plano de Metas do Governo JK

As metas foram as seguintes:

Energia (metas de 1 a 5)
Energia elétrica
Energia nuclear
Carvão
Produção
Refino de petróleo
Transportes (metas de 6 a 12)
Reativar estradas de ferro
Estradas de rodagem
Portos
Barragens
Marinha mercante
Aviação
Alimentação (metas de 13 a 18)
Trigo
Armazenagem e silos
Frigoríficos
Matadouros
Tecnologia no campo
Fertilizantes
Indústrias de base (metas 19 a 29)
Alumínio
Metais não ferrosos
Álcalis
Papel e celulose
Borracha
Exportação de ferro
Indústria de automóveis
Indústria de construção naval
Máquinas pesadas
Material elétrico.
Educação (meta 30)
Brasília (meta 31)

A seguir a análise mais detalhada do que foi realizado no plano de metas em cada setor.

ENERGIA
O esforço principal seria realizado com vistas à ampliação da capacidade geradora de energia elétrica. A falta de inversões neste setor, compatíveis com a ampliação das inversões privadas, no período que se estende do pós-guerra ao fim dos anos 40, havia engendrado séria crise nos primeiros anos do decênio seguinte. Apesar desta crise ter sido rapidamente superada em 1954/56, dado o crescimento capacidade geradora instalada de energia elétrica para suporte da contínua expansão industrial, fazia-se necessário prever a manutenção de uma taxa de crescimento anual de produção de energia elétrica pelo menos superior a 10% aa.
Foi crescente a afirmação das empresas públicas de energia elétrica neste período, o Plano de Metas propôs a reorganização do setor: as empresas federais investiriam na produção, ficando a distribuição com o setor privado. O plano destinou para o setor de energia mais de 43% dos investimentos, dos quais cerca de 55% foram para a área de energia elétrica.
Nesse período, foi construída a usina de Furnas, essencial para os consumidores do Sudeste, pois instalou 1.200 MW no rio Grande, em Minas Gerais. Em função do Plano de Metas, a potência instalada no país chegou a 4.777 MW em 1960 e, em 1965, atingiu 7.411 MW - isto é, 89% do previsto. Em julho de 1960, JK assinou a Lei nº 3.782, criando o Ministério das Minas e Energia.
Em 1954, com a criação da empresa estatal Petrobrás, havia-se definido uma política petrolífera que, por um lado, perseguia a substituição integral das importações de combustíveis líquidos, através da instalação de parque refinador, e, por outro lado, previa, com a implantação de um programa, de prospecções, a ampliação da produção nacional de petróleo.
No ramo de energia nuclear, 100% da meta foi alcançada com novas prospecções, implantação de termelétricas e instalação de um reator da Universidade de São Paulo (USP). Quanto ao petróleo, na área de produção 76% da meta foi realizada e na de refinação atingiu-se 125% do objetivo proposto. Ainda no setor energético, o programa propunha uma modificação estrutural na indústria carvoeira em crise devido a maior utilização do diesel na rede ferroviária, que deixou sem procura os tipos inferiores de carvão, de produção obrigatória.

TRANSPORTES
Neste setor, o Plano de Metas procurava intensificar o processo de transformação da anterior estrutura de transportes, herdada da fase primário-exportadora. Para tal, previa inversões concentradas no reequipamento dos sistema ferroviário, na ampliação e pavimentação das rodovias e na melhoria dos portos e modernização da frota comercial.
A meta de transportes arrebanhou 30% dos recursos orçamentários do plano. O serviço de pavimentação das rodovias atingiu 100% do previsto, e a abertura de novas rodovias ultrapassou 150% da meta inicial. O incremento portuário foi da ordem de 57% do projeto, e a implantação da indústria aeronáutica proporcionou a construção de 13 novas aeronaves para o país. O reaparelhamento de ferrovias conseguiu 76% do objetivo inicial, e a construção de novas estradas de ferro somente 20%, dada a explícita opção rodoviária assumida pelo governo JK.
Uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento do Centro Oeste do Brasil e da Amazônia, a rodovia Belém-Brasília. Outra obra rodoviária ligando regiões brasileiras, feita por Juscelino, foi a Rodovia Régis Bittencourt que liga o Sudeste ao Sul do Brasil.

ALIMENTAÇÃO
No setor de alimentação, a intenção primordial era diminuir a dependência do país das importações de trigo, que sempre pesaram na balança comercial brasileira. Mas cumpriu-se apenas 24 % da meta, dada as más condições de produtividade do grão no território brasileiro. Entretanto, em termos de armazéns e silos, e na construção de frigoríficos e matadouros, 80% dos objetivos iniciais foram cumpridos. No ramo de mecanização fabricação de tratores , a meta prevista foi largamente ultrapassada, chegando a 77 mil máquinas em operação na agricultura brasileira. Por fim, o ramo de fertilizantes atingiu 250% da produção planejada.

INDÚSTRIAS DE BASE
No quarto item, relacionado as indústrias de base, o volume físico da produção praticamente dobrou no período. Nos objetivos previstos, a siderurgia atingiu 100%, a produção de alumínio 80%, de níquel 70%, de cimento 90% e a de minérios de ferro 94% das metas. O planejado era implantar a indústria automobilística e, ao mesmo tempo, dotá-la de um aparato produtivo, aumentando o índice de nacionalização dos veículos produzidos. Para tanto, implantou-se a indústria de borracha sintética e natural, que atingiu 100% do previsto, e a de material elétrico, que também atingiu plenamente a meta. Desde então, o Fusca, a Kombi e o Opala, por exemplo, tiveram presença marcante nas rodovias brasileiras por longo período.

EDUCAÇÃO
O setor de educação foi contemplado com apenas 3,4% dos investimentos inicialmente previstos e abrangia uma única meta. Formação de pessoal técnico era a meta 30, que prescrevia a orientação da educação para o desenvolvimento e não falava em ensino básico.
Juscelino teve um único ministro da Educação, Clóvis Salgado. Nesse campo, seu governo passou à história como aquele que criou a Universidade de Brasília ou ao menos apresentou ao Congresso a proposta de sua criação e estimulou a formação de cursos superiores voltados para a administração. Havia justificativas para essa escolha. Em termos mais gerais, acreditava-se que, com uma elite bem preparada, o país se beneficiaria e poderia estender progressivamente a educação ao conjunto da população. De um ponto de vista mais específico, a implementação de um programa de desenvolvimento implicaria a racionalização e a modernização administrativas do país, o que exigia uma formação especializada.

BRASÍLIA
Menos de três meses depois de tomar posse na presidência, JK deu o primeiro passo para construir uma nova capital no centro do país cumprindo, assim, promessa que fizera, no início da campanha, durante um comício na cidade goiana de Jataí.
Cumpria também um dispositivo incluído em sucessivas Constituições a idéia de transferir a capital federal vinha de muito longe, do tempo do Império, sem que os governantes fizessem muito para tirá-la do papel. Disposto a fazer dela a "meta-síntese" do ambicioso Plano de Metas com que chegou à presidência
Mudar a capital era sonho antigo na história do Brasil. O Rio de Janeiro, cidade que se tornou capital da Colônia em 1763 e que recebeu a Corte portuguesa em 1808, apresentava inúmeros problemas. Além de ser vulnerável às invasões estrangeiras, tinha no clima tropical, que favorecia as epidemias, um grave obstáculo. Já na República, a cidade foi palco de inúmeras revoltas e era considerada o espaço da desordem. Tudo isso favorecia o sonho de uma capital no interior.
O programa cobria ao todo 30 metas, e Brasília só entrou no final, como um acréscimo, passando a ser a meta número 31. Foi ao longo do governo que ela assumiu a função de condensar o programa de JK e de simbolizar a idéia de que era possível dar um salto no tempo. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília, em 21 de abril de 1960. Brasília foi construída em três anos - pelo menos seus principais prédios foram concluídos nesse prazo. Em 1958, o palácio da Alvorada tinha sua fachada mostrada na revista Manchete. JK sabia que, se a sede do governo não estivesse pronta na data prevista para sua inauguração, o projeto seria abandonado.
Na época, a fundação de uma nova capital dividiu as opiniões e foi considerada um tormento pelo funcionalismo público da antiga capital da República, obrigado a transferir-se para o Planalto Central do país. A idéia não era nova, pois a primeira Constituição republicana, de 1891, atribuía ao Congresso competência para mudar a capital da União . Coube porém a Juscelino levar o projeto à prática, com enorme entusiasmo, mobilizando recursos e a mão-de-obra constituída principalmente por migrantes nordestinos os chamados candangos . À frente do planejamento de Brasília ficaram o arquiteto Oscar Niemeyer e o urbanista Lúcio Costa, duas figuras de renome internacional.
O projeto de lei encaminhado pelo Executivo ao Congresso para a construção de Brasília foi aprovado em setembro de 1956, apesar da forte resistência da UDN. Alegavam os udenistas que a iniciativa era demagógica, resultando em mais inflação e no isolamento da sede do governo. No curso dos trabalhos, Carlos Lacerda encabeçou o pedido de constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades na contratação das obras, sem conseguir êxito. Afinal, na data simbólica de 21 de abril, em 1960. Juscelino Kubitschek inaugurou solenemente a nova capital.
Brasília, cidade inaugurada em 1960 e tombada em 1987 pela Unesco como patrimônio da humanidade, é um ícone da arquitetura moderna no Brasil.

Fonte: ebah.

terça-feira, 29 de março de 2011

O Socialismo Cristão

No final do século XIX, a grande mobilização operária levou a cúpula eclesiástica de Roma a definir-se oficialmente quanto à sua participação nos novos problemas sociais. Em 1891, o papa Leão XIII lançou a encíclica Rerum Novarum, que expunha o pensamento social católico afirmando que a religião era a única via possível de transformação da sociedade e do estabelecimento da justiça social. Por isso condenava as propostas socialistas de transformação da sociedade através da luta política. Defendia a conciliação entre capital e trabalho e o fim da luta de classes. Apelava ao espírito cristão dos empregadores que respeitassem as necessidades e a dignidade de seus operários, e a estes que respeitassem a propriedade privada. Sua idéia central era que somente a ajuda mútua entre burguesia e proletariado garantiria o progresso social. Recomendava também a intervenção do Estado para melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos setores de habitação e saúde. Após a publicação da encíclica, a Igreja não mais se desvinculou da questão social e de suas concepções políticas, caráter reforçado no século XX, a partir do Concílio Vaticano II (1962-1965).

O Socialismo Libertário


      Ou Anarquismo. Primeiras idéias foram apresentadas, no século XIX, pelo francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) no livro O que é propriedade? Em que afirmava que a propriedade privada era um roubo mantido pela exploração do trabalho alheio. Para os anarquistas, a origem das desigualdades sociais está no Estado, independente de sua orientação política. O poder do Estado é sempre corruptor, portanto, vai gerar desigualdades, vai agir em benefício de um pequeno grupo em detrimento do restante da sociedade. Uma das teses fundamentais do Anarquismo é a eliminação do Estado e a organização da sociedade em pequenos grupos sob o regime de autogestão, em que as pessoas que formam o grupo criam suas próprias leis, em substituição às leis gerais que desaparecerão junto com o Estado. O Anarquismo não é ausência de ordem. A proposta de autogestão é bastante controladora, uma vez que as pessoas da comunidade vigiam-se mutuamente para impedir o desrespeito às regras estabelecidas por todos. Esta ideologia perdeu força política após a Revolução Comunista, em 1917, na Rússia. As propostas reformistas de Proudhon inspiraram o russo Mikhail Bakunin (1814-1876), que se tornou o líder do anarquismo terrorista, que apontava a violência como a única forma de se alcançar uma sociedade sem Estado e sem desigualdades, um novo mundo de liberdade para os trabalhadores braçais.


Características:

·    Estabelecimento de uma sociedade sem classes, formada por pessoas livres e iguais;
·    Divisão da terra em pequenas propriedades;
·    Sistema cooperativo de produção;
·    Fim as forças armadas e da polícia;
·    Eliminação das leis gerais e dos tribunais de justiça;
·    Supressão de todos os partidos políticos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Carta-testamento de Getúlio Dornelles Vargas


“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto.

Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo.

A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco.

Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será vossa bandeira de luta. Cada gota do meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória.

Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”


Getúlio Vargas


Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954.



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ARTIGO:


JEFFERSON JOSÉ RIBEIRO DE MOURA
Departamento de Comunicação Social
Universidade de Taubaté

Este artigo propõe-se a analisar um texto histórico sob o ponto de vista da interação pela linguagem buscando restabelecer a ação e a intenção do enunciado, reconstituindo seu sentido através da relação entre as referências do contexto social de produção e as marcas lingüísticas da enunciação.


terça-feira, 22 de março de 2011

O Socialismo Científico

  
      Idéias defendidas e divulgadas por Marx e Engels. Também conhecido como marxismo, exerceu atração sobre operários, camponeses e intelectuais. Prometia o fim da sociedade industrial e assegurava a seus adeptos que seu triunfo seria garantido pela História. Em 1848, publicaram o livro Manifesto Comunista, proclamando: “Operários de todo o mundo, uni-vos!” Mostrando que a classe operária era internacional e sua revolução, mundial. Segundo Marx, a história da humanidade era a história da luta entre as classes sociais. A sociedade capitalista, segundo ele, criava as condições para a eliminação das classes sociais. A revolução socialista, que seria liderada pelos operários, estabeleceria uma nova sociedade em que a propriedade seria comum, coletiva, e não haveria explorados nem exploradores.




    ¾     Karl Marx (1818-1883): filósofo e economista alemão.





  ¾     Friedrich Engels (1820-1895): filósofo e industrial alemão.






      Conceitos:

      ·   Modo de produção: base material (estrutura) da sociedade representada pelas forças de produção econômica (instrumentos e pessoas) e pelas relações sociais de produção (dominação, solidariedade). O modo de produção condiciona, de maneira geral, a vida social, política e intelectual. Para Marx, não é a consciência dos homens que determina sua existência, mas a existência que determina a sua consciência.

      ·   Mais-valia: corresponde ao valor da riqueza produzida pelo operário além do valor remunerado de sua força de trabalho e que é apropriado pelos capitalistas. Caracteriza a exploração operária como um fator crescente e imprescindível de capitalização da burguesia.

      ·   Dialética: processo permanente de transformações sofrido pela natureza e pela sociedade. Movimento gerado pela luta das forças contrárias, antagônicas (positivo e negativo, vida e morte, amor e ódio, céu e inferno, explorado e explorador). Tese e antítese que tem como resultado uma unidade transformada, a síntese.

      ·   Luta de classes: é o “motor da História”, ou seja, o agente transformador da sociedade que só terminaria com a construção da sociedade comunista perfeita, fazendo desaparecer a exploração de classes e as injustiças sociais.

      ·   Revolução socialista: ação política do operariado que inauguraria a construção de uma nova sociedade. Num primeiro momento seriam instalados o controle do Estado pela ditadura do proletariado e a socialização dos meios de produção, eliminando a propriedade privada. Num segundo momento alcançaria o comunismo, que representaria o fim de todas as desigualdades sociais e econômicas, inclusive o fim do próprio Estado.

sábado, 12 de março de 2011

"Olga”, o filme como recurso didático


No mundo de hoje, a comunicação audiovisual ocupa grande parte da vida das pessoas. As relações estão cada vez mais rápidas e a transmissão de informações acompanha esse ritmo. Por isso, é importante utilizar formas de comunicação atuais e dinâmicas.

Atualmente, uma boa maneira de chamar a atenção e despertar o interesse dos jovens é utilizar a linguagem audiovisual. O cinema, por exemplo, é um meio envolvente que pode tornar o aprendizado mais divertido e o ensino mais eficiente. A partir de um filme, é possível levantar diversos questionamentos.

Baseado no romance best seller homônimo, Olga é um filme que mostra a vida da militante comunista Olga Benário Prestes, da infância burguesa na Alemanha à morte numa das câmaras de gás de Hitler, passando por seu treinamento militar na União Soviética, seu período no Brasil ao lado do marido Luís Carlos Prestes e o nascimento de sua filha, Anita Leocádia, em uma prisão da Gestapo e aborda questões históricas e sociais. O filme pode promover debates, não somente sobre história, como também sobre literatura, obras biográficas e adaptações literárias tanto para o cinema quanto para o teatro.
  
O filme retrata importantes momentos da história do Brasil e do mundo a partir do ponto de vista da vida pessoal da militante comunista Olga Benário. O filme pode ser usado para estimular os alunos a estudarem o contexto histórico desde a Primeira Guerra Mundial até o início da Guerra Fria, além de provocar uma reflexão sobre ética e intolerância, tema em questão até os dias de hoje.

Um pouco de História

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu parte de seus territórios para a França, Polônia, Dinamarca e Bélgica. Os alemães também foram obrigados, pelo Tratado de Versalhes, a pagar indenizações às nações vencedoras. O país afundou em dívidas, o que gerou desemprego em massa. As tentativas frustradas de uma revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criaram condições favoráveis ao surgimento e expansão do nazismo no país.

Em 1933, quando os nazistas subiram ao poder, pelo voto popular, Hitler pôs suas idéias em prática e suspendeu os direitos civis, dissolveu os partidos políticos, proibiu greves e fechou sindicatos. Com plenos poderes, o Führer decidiu erradicar todos que não considerava alemães puros e, assim, eliminar todos os traços de judaísmo na Alemanha. Também foram perseguidos comunistas, homossexuais e outras minorias.

Em 1939, mais de 300 mil judeus já tinham sido expulsos da Alemanha. Depois da conquista da Polônia, ainda nesse mesmo ano, os judeus foram tirados de seus guetos e levados para campos de concentração. Os prisioneiros fisicamente aptos, eram selecionados para trabalhar até a morte em fábricas. Desde o começo da Guerra, os nazistas fizeram experiências com os presos, judeus em sua maioria, mas a morte em massa ocorreu através das câmaras de gás. Cerca de seis milhões de judeus forma exterminados durante o Holocausto.

Sugestões para atividades

Por apresentar diversas fases da história mundial, Olga pode ser o ponto de partida para a discussão de temas como a Primeira Guerra Mundial; a ascensão do nazismo e do fascismo; a criação da União Soviética e o conflito entre capitalismo e comunismo; o contexto histórico e social do Brasil nos anos 20, 30 e 40, que levou ao surgimento do movimento tenentista, da Coluna Prestes e do Estado Novo de Getúlio Vargas; a Segunda Guerra Mundial; a Guerra Fria. A realização de um debate sobre ética, respeito aos direitos humanos, preconceitos raciais e perseguições religiosas também pode ser uma atividade interessante.

Fonte: http://www.historianet.com.br

Ficha técnica
 
Título original: Olga
Ano: 2004
Tempo: 140min
Censura: 14 anos
País: Brasil
Formato de Tela: Fullscreen
Região: 4
Legenda: Inglês, Português
Aúdio: Português (Dolby Digital 5.1, Dolby Digital 2.0)
Distribuidora: Europa Filmes, Lumière
Produtora: Europa Filmes, Globo Filmes


Sinopse

"Olga", baseado no livro homônimo escrito por Fernando Morais, conta a história de Olga Benário Prestes (Camila Morgado), uma militante comunista que é perseguida pela polícia e foge para Moscou, onde faz treinamento militar. Lá ela é encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes (Caco Ciocler) ao Brasil para liderar a Intentona Comunista de 1935, se apaixonando por ele na viagem. Com o fracasso da revolução, Olga é presa com Prestes. Grávida de 7 meses, é deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista e tem sua filha Anita Leocádia na prisão. Afastada da filha, Olga é então enviada para o campo de concentração de Ravensbrück.


Gênero 
  • Biografia
  • Drama
  • História
  • Romance
  • Guerra
  • Nacional

sexta-feira, 11 de março de 2011

Os Socialistas Utópicos

Criticavam a exploração dos trabalhadores e as injustiças da sociedade industrial, porém, estavam ainda impregnados de valores liberais ao formularem suas críticas ao progresso industrial. Atacando os grandes proprietários, acreditavam que pudesse haver um acordo entre as classes. Elaboraram soluções que não chegaram a constituir uma doutrina e sim modelos sociais idealizados, por isso foram chamados de utópicos.


¾   Gabriel Bonnot de Mably (1709-1785): foi um dos homens mais cultos de seu tempo. Assim, como Morelly, foi considerado um dos precursores do socialismo utópico (ou comunismo utópico, como registrou F. Engels). Em seus escritos criticou toda a ordem feudal apoiada na propriedade privada que, para ele, era a fonte da desigualdade social, e para curar este terrível vício, o homem não tinha mais que se instruir e ter boa moral. Era cético quanto ao futuro da humanidade. Para ele era impossível alcançar a "idade do ouro".



¾   Morelly (1717-?): filósofo materialista francês do século XVIII, pouco se sabe sobre sua vida. Somente em meados do século XIX é que se teve a certeza de que os livros O Código da Natureza (1755) e a Basilíade eram obras suas. Via na propriedade privada o mal do mundo e para resolvê-lo pregava a propriedade coletiva do solo. "Onde não existir prorpiedade privada não pode existir nenhuma das suas funestas consequências". Tanto Mably quanto Morelly não defendiam a violência. A ordem social injusta tinha que ser mudada com apelos à razão, e não por meio da revolução.



¾   Conde Claude de Saint-Simon (1760-1825): revolucionário francês de 1789, era racionalista como a maioria de seus contemporâneos. Propôs a formação de uma sociedade em que não haveria ociosos (militares, clero, nobreza, magistrados) nem a exploração econômica de grupos de indivíduos por outros. Cada um ganharia de acordo com o real valor de seu trabalho. Propôs uma sociedade dividida em três classes: sábios, proprietários e os sem posses, que seria governada por um conselho de sábios e artistas.

 

  

¾   Charles Fourier (1772-1837): herdeiro da idéia de Rousseau de que “o homem é bom, mas a sociedade e as instituições o pervertem”. Acreditava ser possível reorganizar a sociedade com a criação dos Falanstérios (fazendas coletivas agroindustriais), não conseguindo, porém, empresários interessados em financiar seu projeto, apesar de alegar que os mesmos superariam a desarmonia capitalista surgida da divisão do trabalho e do papel anárquico exercido pelo comércio na sociedade.



¾   Robert Owen (1771-1858): jovem administrador inglês de uma fábrica de algodão em Manchester, observou de perto as condições desumanas dos trabalhadores e revoltou-se com as perspectivas do progresso industrial. Buscou criar uma comunidade ideal, de desigualdade absoluta, cooperativista, já que seria impossível formar um ser humano superior no interior de um sistema egoísta e explorador.
·   · Aplicou suas idéias na Escócia implantando uma comunidade de alto padrão em que as pessoas tinham alto nível de instrução, trabalhavam dez horas por dia e recebiam de acordo com as horas de trabalho.
    · O sucesso de sua cooperativa e suas críticas à propriedade privada e à religião o obrigou a abandonar a Grã-Bretanha e ir para os EUA, onde fundou a comunidade de New Harmony. No fim de sua vida dedicou-se à organização das trade unions.



¾   Louis Blanc (1811-1882): líder socialista francês, propôs a criação de “oficinas sociais” dirigidas por sindicatos operários com o apoio do Estado. Fez parte da Revolução de 1848, na França, promovendo protestos operários contra Luís Filipe.




Projeto de um Falanstério


New Harmony