sexta-feira, 27 de julho de 2012

Quando a bandeira do São Paulo desafiou o Brasil...

... ou quase isso. Na verdade uma atitude contra o governo central (Ditadura de Getúlio Vargas).

Em 1937, a ditadura de Getúlio Vargas promoveu, em praça pública, a queima de todas as bandeiras estaduais. Num ato de extremo autoritarismo, contra o federalismo estadual e outras liberdades constituídas (derrubara também o Congresso e a Constituição).

O uso, então, dos símbolos estaduais estava proibido - era crime. Nesse contexto, em 1940, o estádio do Pacaembu é inaugurado. Getúlio Vargas, como presidente, quase que por obrigação é convidado para os festejos. Ocorre então o desfile das delegações, citado abaixo por Conrado Giacomini, em Dentre os Grandes, És o Primeiro e já retratado nesse site (SPFCpédia) no texto O Mais Querido:
"As representações de Corinthians e Palestra Itália foram ovacionadas pelas suas torcidas ao entrarem em campo. Todavia, nada igual à recepção tricolor. O estádio veio abaixo com a entrada da delegação do São Paulo, que, além do nome, trazia na camisa as cores da bandeira paulista.

Era uma resposta do público ao presidente Getúlio Vargas, odiado em São Paulo desde a Revolução Constitucionalista de 1932. As manifestações de apoio ao São Paulo vinham de todas as partes, das camadas populares nas arquibancadas ao setores mais nobres do estádio. A multidão em peso se levantou aplaudindo e gritando entusiasticamente:

- São Paulo, São Paulo, São Paulo! - apontando para a tribuna de honra, onde estava o presidente Getúlio Vargas."
Fatos assim, desse porte e gênero, não aconteceram somente nesse dia. Era comum, em manifestações da época da ditadura de Getúlio Vargas, o uso da Bandeira do SPFC como se fosse a bandeira do Estado de São Paulo, já que esta fora banida.

Repare na foto acima o uso de um pavilhão tricolor como porta-voz dos paulistas em um protesto de trabalhadores (a faixa ao centro parece reinvidicar algo para trabalhadores de lavoura).

Como já dizia o Almanaque Sportivo de Thomaz Mazzoni:
Brasileiro de São Paulo:
O São Paulo FC é o Teu
Clube, pois tem o nome de
tua terra e a alma de tua gente
Hoje, o panorama do Brasil é outro. O São Paulo rompeu fronteiras: estaduais, regionais, nacionais, internacionais... Não pertencendo mais a um único povo, a um único chão. Ainda assim, contudo, teve tradicional berço, ao qual honrou com orgulho - principalmente quando mais precisaram.

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