Moradores da Cidade Velha veem pelas janelas seus lugares sagrados
Correspondente da Rede Globo passeia pela Cidade Velha, em Jerusalém, em 27/10/12.
As janelas revelam pontos sagrados para cristãos, muçulmanos e judeus.
Percorremos as ruas da velha cidade de Jerusalém. No bairro judeu, atravessamos a sala da casa até a janela que nos leva para o terraço. Sempre tem algum detalhe que chama a atenção: o gato curte a paisagem e o catavento indica que a brisa é constante.
Há janelas para todos os gostos, de todos os tamanhos e formas. Podemos ver o portão de Jafa e outros pedaços da história. Naquela que virou vitrine, é interessante observar a cerâmica fabricada pelos armênios. O livreiro aproveitou o marco para expor os seus livros em árabe. Antenas de televisão e tanques de água dividem a paisagem com cruzes, os campanários das igrejas, os moazins que chamam os muçulmanos para a reza. Por trás do farol, é possível avistar o teto da velha sinagoga. Do alto dá para ver o burburinho dos turistas e o bate-papo dos religiosos. Fotografar é como abrir uma janela na memória. "Tem uma surpresa em cada esquina", diz a turista canadense.
No muro das lamentações, sempre tem gente rezando. Mesmo janelas que acumulam poeira têm certo charme. Na barbearia, enquanto o cliente reforma o “telhado”, a gente acompanha o movimento na Via Dolorosa, a rua onde Jesus passou carregando a cruz.
No prédio onde mora o Emil, um cristão árabe, tem uma janela quebrada com vista para toda a cidade. A escada conduz ao telhado onde, entre roupas penduradas no varal, podemos contemplar a Igreja do Santo Sepulcro. Do outro lado mesquitas e sinagogas. "É um sentimento muito legal acordar de manhã e ter essa vista. Parece que estamos mais perto de deus, com todos esses templos do lado", diz.
Em frente à casa do Emil tem uma obra. É uma restauração. A casa antiga está hoje alguns metros abaixo do nível da rua. As portas e janelas da casa já não mostram mais a paisagem. Apenas contam a história da cidade destruída e reconstruída inúmeras vezes.
Jerusalém tem 30 mil moradores e recebe mais de três milhões de visitantes. Os russos Igor e Maria contam que já ficaram em hotéis modernos, fora dos muros, mas desta vez preferiram ficar em um edifício antigo, que tem janelas e uma vista deslumbrante. "Daqui do alto dá para sentir a incrível energia da cidade", diz ele.
As construções em Jerusalém são todas muito antigas. A casa onde o Afif mora com a mulher, quatro filhos e a mãe tem mais de 800 anos. Ele nos levar para um lugar muito especial e prova porque é considerado um dos moradores mais privilegiados da cidade velha. A casa dele é uma das poucas que fica sobre o muro que contorna o chamado monte do templo pelos judeus, lugar onde os muçulmanos ergueram seus templos há mais de 1.300 anos. Alguns metros separam o pátio do domo da rocha e da mesquita de Al Aqsa. Todas as manhãs, sentado na cama, faz uma leitura. Afif abre a cortina e pela janela recebe em seu quarto o brilho e a energia da cúpula dourada. Enquanto olha para o templo, bem ali à sua frente, ele resume: "esse lugar é o meu coração".
Há janelas para todos os gostos, de todos os tamanhos e formas. Podemos ver o portão de Jafa e outros pedaços da história. Naquela que virou vitrine, é interessante observar a cerâmica fabricada pelos armênios. O livreiro aproveitou o marco para expor os seus livros em árabe. Antenas de televisão e tanques de água dividem a paisagem com cruzes, os campanários das igrejas, os moazins que chamam os muçulmanos para a reza. Por trás do farol, é possível avistar o teto da velha sinagoga. Do alto dá para ver o burburinho dos turistas e o bate-papo dos religiosos. Fotografar é como abrir uma janela na memória. "Tem uma surpresa em cada esquina", diz a turista canadense.
No muro das lamentações, sempre tem gente rezando. Mesmo janelas que acumulam poeira têm certo charme. Na barbearia, enquanto o cliente reforma o “telhado”, a gente acompanha o movimento na Via Dolorosa, a rua onde Jesus passou carregando a cruz.
No prédio onde mora o Emil, um cristão árabe, tem uma janela quebrada com vista para toda a cidade. A escada conduz ao telhado onde, entre roupas penduradas no varal, podemos contemplar a Igreja do Santo Sepulcro. Do outro lado mesquitas e sinagogas. "É um sentimento muito legal acordar de manhã e ter essa vista. Parece que estamos mais perto de deus, com todos esses templos do lado", diz.
Em frente à casa do Emil tem uma obra. É uma restauração. A casa antiga está hoje alguns metros abaixo do nível da rua. As portas e janelas da casa já não mostram mais a paisagem. Apenas contam a história da cidade destruída e reconstruída inúmeras vezes.
Jerusalém tem 30 mil moradores e recebe mais de três milhões de visitantes. Os russos Igor e Maria contam que já ficaram em hotéis modernos, fora dos muros, mas desta vez preferiram ficar em um edifício antigo, que tem janelas e uma vista deslumbrante. "Daqui do alto dá para sentir a incrível energia da cidade", diz ele.
As construções em Jerusalém são todas muito antigas. A casa onde o Afif mora com a mulher, quatro filhos e a mãe tem mais de 800 anos. Ele nos levar para um lugar muito especial e prova porque é considerado um dos moradores mais privilegiados da cidade velha. A casa dele é uma das poucas que fica sobre o muro que contorna o chamado monte do templo pelos judeus, lugar onde os muçulmanos ergueram seus templos há mais de 1.300 anos. Alguns metros separam o pátio do domo da rocha e da mesquita de Al Aqsa. Todas as manhãs, sentado na cama, faz uma leitura. Afif abre a cortina e pela janela recebe em seu quarto o brilho e a energia da cúpula dourada. Enquanto olha para o templo, bem ali à sua frente, ele resume: "esse lugar é o meu coração".
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