terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Os segredos do fado

O tradicional ritmo português tem como instrumentos básicos a guitarra portuguesa e o violão. E uma grande voz sempre.

ANDRÉ LUIZ AZEVEDO, Lisboa, para o Jornal Hoje

O fado é um dos ritmos mais tradicionais de Portugal.

Uma música que se escuta no escuro... com silêncio reverencial... em ambientes sofisticados, de luxo... mas às vezes também é preciso se sentar no chão. Jovens... senhores... homens... mulheres... são os cantores de fado de Lisboa.

Se vestem sempre de negro, as mulheres só cantam de olhos fechados... não precisam de microfone nunca... querem mesmo exibir a potência da voz.

Esse é o mundo do fado da noite de Lisboa. E é percorrendo becos, subindo e descendo escadarias que descobrimos a música típica portuguesa.

O português com sotaque brasileiro, criado no Rio de Janeiro, Rui Valente cita as características do fado: "Música melancólica, triste, mas bonita... para um brasileiro, que está acostumado com alegria... mas que te leva para uma coisa que você nem sabe explicar direito o que é que é", diz sorrindo.

Os instrumentos básicos do fado são a guitarra portuguesa e o violão. E uma grande voz sempre. O público adora. Dizem que há centenas de locais para se ouvir o fado em Lisboa.

Um antigo convento que foi transformado numa casa noturna. O lugar é tão apertado que para ter o show tem que fechar a única porta e aí quem está dentro não sai e quem está fora não entra.
Em um lugar assim a voz ressoa mais ainda.

Um fadista de 89 anos estava se apresentando. Ali é preciso sentar no chão mesmo para ouvir uma das jovens revelações da música portuguesa. Mesmo com todo o aspecto bem mais moderno, Raquel Tavares diz que é uma fadista tradicional, mas que gosta de cantar coisas alegres também.

"Porque o fado, na minha opinião, é cantar a vida. E cantar a vida não é só cantar a tristeza felizmente a vida não é só feita de coisas tristes", diz a fadista.

Assim como a música brasileira invadiu Portugal há muitos anos e ficou. O fado português também sonha em conquistar o Brasil. E já tem muitos fãs entre os brasileiros.

"Poesia cantada é dramatica sempre. Às vezes, um pouco exageradamente dramática né, mas é sempre bonito", conclui o escritor Luiz Fernando Veríssimo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Diário de Che Guevara é divulgado na internet

Portal na Internet traz reprodução do diário do guerrilheiro Che Guevara


Portal na Internet traz reprodução do diário do guerrilheiro Che Guevara
DA AFP, EM LA PAZ

Uma cópia manuscrita do diário do guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara, com suas notas sobre a guerrilha que liderou na Bolívia, foi disponibilizado pela primeira vez na internet, informou nesta segunda-feira o jornalista e pesquisador boliviano, Carlos Soria Galvarro.

"O objetivo é que um documento histórico esteja ao alcance de todos. A internet permite que esteja ao alcance de todo mundo para saber o que aconteceu há 45 anos", disse à AFP Soria Galvarro, que dirige o portal www.chebolivia.org

Nesta página do pesquisador boliviano é possível observar uma cópia facsimilar do diário de Che Guevara, conhecida como a Agenda Alemã, com a preparação da guerrilha e sua efetivação na Bolívia, de janeiro a outubro de 1967.

O pesquisador acrescentou que "também são divulgadas notas com esclarecimentos, para que uma pessoa possa entender melhor o que aconteceu há 45 anos".

Soria Galvarro teve acesso ao diário original na década de 90, quando a Bolívia recuperou o documento, depois de uma empresa inglesa ter tentado vendê-lo em um leilão público. Desde então o documento está nos cofres do Banco Central da Bolívia.

O governo boliviano já divulgou as cópias manuscritas do diário de Che em outubro de 2009, com uma edição limitada de cerca de 1.000 exemplares, mas agora o histórico material está à disposição de todos.

Che Guevara foi assassinado em 8 de outubro de 1967.

Fonte: Folha de S.Paulo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nova York tem bairro fundado por imigrantes que reúne muitas histórias

O Lower East Side recebeu imigrantes da Alemanha, do leste europeu e da Itália, no fim do século XIX. Hoje, reúne ótimos restaurantes, bares históricos e uma vizinhança jovem e ligada em moda.

Elaine Bast, Nova York, EUA, para o Jornal Hoje
 
Lower East Side já foi o bairro com a maior concentração de imigrantes judeus do mundo. Hoje é conhecido por boas compras e boa comida. O nome vem da localização geográfica, ao sudeste de Manhattan.

A cada dia surge uma nova lojinha. Nessa região da cidade, o que importa é o charme dos produtos. Uma vizinhança jovem divide espaço com a tradição.

No fim do século XIX, o Lower East Side recebeu imigrantes da Alemanha, do leste europeu e da Itália. Sete mil deles viveram em um único prédio, que virou um museu. Os apartamentos estão preservados como há dezenas de anos. Parece que o tempo não passou.

 A Delicatessen Katz, fundada há 124 anos, é a mais antiga de Nova York e famosa pela qualidade do pastrami de fatias suculentas. O salão amplo tem um ambiente despojado, com neons, retratos nas paredes e salames nos balcões.

No restaurante, existem 75 mesas, mas uma delas é a mais disputada do lugar. Foi ali que Harry encontrou Sally. Na mesa, foi gravada a cena famosa do filme "Harry e Sally: Feitos Um Para o Outro".

Nas lojinhas de roupas e acessórios do bairro, são vendidos trabalhos de novos estilistas. Gente desconhecida e talentosa.

Ao lado das roupas há um bar. Enquanto as mulheres compram, os homens ficam lá esperando. Uma das donas diz que muitos até voltam sozinhos depois só para tomar um drink.

Um bar do Lower East Side é muito especial, mas fica bem escondido. É possível passar por ele sem perceber. Depois de entrar por uma portinha e passar por corredores escuros, encontramos o lugar quase secreto.
 
A decoração é da década de 20, época da lei seca nos Estados Unidos, quando a venda de bebidas alcoólicas foi proibida no país. Os bares operavam na ilegalidade, as cervejas eram escondidas em sacos e os drinks servidos em xícaras de chá. O hábito é mantido até hoje neste bar.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Cavaleiros pulam fogueira em festa tradicional na Espanha


Celebração ocorre na pequena aldeia de São Bartolomeu de Pinares.
Festa lembra Santo Antônio, o santo padroeiro dos animais.

Do G1, com informações da AP
Festa destina-se a purificar os animais com a fumaça do fogueiras, bem como protegê-los pelo resto do ano (Foto: Daniel Ochoa de Olza/AP)Festa destina-se a purificar os animais com a fumaça do fogueiras, bem como protegê-los pelo resto do ano (Foto: Daniel Ochoa de Olza/AP)

Um homem montado a cavalo pula por cima de uma fogueira em São Bartolomeu de Pinares, na Espanha, na noite desta quarta-feira (16), em uma tradicional comemoração em honra de Santo Antônio, o santo padroeiro dos animais.

Na véspera do dia de Santo Antônio, centenas de cavaleiros montam em seus cavalos nas ruas estreitas da pequena aldeia de São Bartolomeu.

A celebração ocorre durante a "Luminarias", uma festa típica que remonta 500 anos atrás e destina-se a purificar os animais com a fumaça do fogueiras, bem como protegê-los pelo resto do ano.

Cavaleiros montam em seus cavalos nas ruas estreitas de São Bartolomeu (Foto: Daniel Ochoa de Olza/AP)Cavaleiros montam em seus cavalos nas ruas estreitas de São Bartolomeu (Foto: Daniel Ochoa de Olza/AP)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Estátuas que podem ter inspirado poeta latino são achadas em Roma


Local era propriedade do mecenas de Ovídio.
Grupo de 7 estátuas foi encontrado em antiga piscina.

Agencia EFE
Fonte: G1.

Estátuas que podem ter inspirado o poeta latino Ovídio na criação de sua obra-prima, "Metamorfoses", foram descobertas por um grupo de arqueólogos na vila romana de seu mecenas Marco Valerio Messalla, que foi cônsul junto com o imperador Otávio Augusto.

Tratam-se de sete esculturas maciças de 2 metros de altura que ilustram o mito grego de Niobe e os Niobids, a que o poeta romano se referiu em uma das passagens mais célebres de "Metamorfoses", obra concluída no ano 8 d.C..

Cabeça de uma das sete estátuas recuperadas (Foto: AFP)Cabeça de uma das sete estátuas recuperadas (Foto: AFP)

Frequentador assíduo da casa de campo de seu mecenas, é possível que Ovídio tenha contemplado todo o esplendor desse grupo escultórico e se inspirado para transferir da escultura à poesia a tragédia do mito de Niobe, cuja soberba foi punida com a morte de seus filhos.

A superintendente de Arqueologia da região do Lácio, Elena Calandra, explicou nesta terça-feira (9) à agência Efe que existe ainda a hipótese de que o próprio Ovídio tenha sugerido a Mesalla que colocasse as esculturas na piscina do sítio, na cidade de Ciampino (Roma), onde foram encontradas durante escavações preventivas.

Além de protetor de Ovídio, Valerio Mesalla criou o círculo artístico frequentado por alguns intelectuais e poetas mais importantes da época de Augusto (63 a.C. - 14 d.C.), como Albio Tibullo, de quem o cônsul também foi mecenas.

Para o diretor científico das escavações, Alessandro Betori, a importância da descoberta realizada entre junho e julho de 2012, é que, embora já tenham sido encontradas antes esculturas relacionadas com o mito de Niobe, é a primeira vez que aparece de forma homogênea grande parte do grupo dos Niobids.

Entre as figuras, destaca-se a escultura de Niobe assistindo desesperada à morte de seus filhos e duas de dois homens jovens que presenciam a morte de seus irmãos.

Estátuas podem ter inspirado o poeta Ovídio  (Foto: AFP)Estátuas podem ter inspirado o poeta Ovídio (Foto: AFP)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Milhares se reuniram em Bilbao para pedir retorno de prisioneiros do ETA


Manifestantes falaram em 'independência' e 'anistia'.
Grupo separatista também exige a libertação de membros.

Da France Presse
Fonte: G1.

Aos gritos de 'independência' e 'anistia agora', milhares de pessoas se reuniram neste sábado (12/01), em Bilbao, na Espanha, para pedir o retorno dos prisioneiros do ETA ao País Basco, uma exigência também apresentada pela própria organização separatista, que renunciou à luta armada em outubro de 2011.

Manifestação em Bilbao (Foto: Rafa Rivas/AFP)Manifestação em Bilbao, neste sábado (12) (Foto: Rafa Rivas/AFP)

"Estou muito impressionada com a magnitude da manifestação", organizada pela associação de defesa de prisioneiros Herrira ('Para o país', no idioma basco), disse à AFP a militante basca francesa Aurore Martin, que participou do protesto.

A prisão de Martin em novembro do ano passado na França e seu envio às autoridades espanholas, onde era requerida por participar de uma reunião proibida, foi fortemente criticada no País Basco. Martin ganhou liberdade condicional na Espanha e pode voltar à França em 22 de dezembro.

Manifestação em Bilbao (Foto: Rafa Rivas/AFP)Milhares se reuniram no País Basco (Foto: Rafa Rivas/AFP)

Dezenas de familiares de detidos bascos marchavam carregando uma enorme vela que simbolizava a espera por seu retorno. 'Espero que o governo espanhol se mova. Enquanto o problema dos presos não for solucionado, a paz nunca chegará, porque essa é a chave da solução do conflito', afirmou Begonia Macazadas, de 75 anos, que tem um primo detido em Paris.

Apenas alguns membros, dentre os 700 militantes do ETA, estão atualmente em liberdade. De acordo com o Herrira, '607 estão em prisões na França e na Espanha, dispersos a uma distância de cerca de 750 quilômetros entre eles'.

'Também há prisioneiros bascos na Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e Portugal. Treze deles estão gravemente feridos', segundo a associação.

Manifestantes em Bilbao (Foto: Rafa Rivas/AFP)Pessoas tomaram as ruas de Bilbao (Foto: Rafa Rivas/AFP)

Cientistas encontram dez covas com mais de mil anos no México


Achado aconteceu perto do sítio arqueológico de Chichén Itzá.
Foram localizadas pelo menos sete ossadas, além de peças de cerâmica.

Da AFP
Fonte: G1.
 
Ornamento encontrado perto de Chichén Itzá (Foto: Inah/Divulgação)
Ornamento encontrado perto de Chichén Itzá
(Foto: Inah/Divulgação)
 Uma dezena de covas com mais de mil anos de antiguidade, com restos humanos e peças de cerâmica, foi encontrada nas proximidades do sítio arqueológico maia de Chichén Itzá, no sudeste do México, informou esta terça-feira (15) o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah).

"Especialistas do instituto recuperaram uma dezena de enterros com mais de mil anos de antiguidade. A maioria dos esqueletos foi encontrada dentro de fossas, junto com quase 30 peças de cerâmica", informou em um comunicado o instituto, vinculado ao governo mexicano.

Os enterros, localizados a 20 km de Chichén Itzá, um dos maiores centros de desenvolvimento de cultura maia, correspondem provavelmente aos anos 600 e 800 da nossa era, segundo o instituto.

Estas descobertas e outras feitas na região permitiram "estabelecer que há mais de 1.200 anos havia uma densidade populacional importante, dispersa em assentamentos próximos", acrescentou o comunicado.
 
saiba mais

Foram localizadas ao menos sete ossadas, ao lado das quais, à maneira de oferendas, havia 30 peças de cerâmica, entre pratos, vasos, tigelas, além de pontas de obsidiana, contas de jade e brincos de conchas, o que indica que se comercializava com outras regiões da Mesoamérica.

Algumas das peças têm inscrições em hieróglifos, o que é pouco comum na área. A cultura maia se desenvolveu em cinco distritos do sudeste do México, assim como em Guatemala, El Salvador, Honduras e Belize.

Especialistas encontraram pelos menos 7 ossadas (Foto: Inah/Divulgação)
Especialistas encontraram pelos menos 7 ossadas (Foto: Inah/Divulgação)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cuba derruba exigência de permissão para deixar país


A partir de janeiro de 2013, será necessário apenas um passaporte válido para cubanos viajarem ao exterior

BBC
Reuters
Homem cubano restaura Fiat em rua de Havana (24/4)

Cuba anunciou que, a partir de 14 de janeiro de 2013, não será mais necessário que cidadãos do país obtenham permissão de saída para viajar ao exterior. A mídia estatal disse que a medida é uma atualização das leis de imigração e reflete "circunstâncias atuais e futuras".

Saiba mais:Veja o especial do iG sobre a vida em Cuba


Atualmente, os cubanos que querem viajar ao exterior têm de passar por um processo longo e caro para obter a permissão e, frequentemente, dissidentes têm seu pedido negado. Em 2013, será necessário apenas um passaporte válido para que cubanos deixem o país.

A medida é a última de um pacote de mudanças promovidas pelo presidente Raúl Castro.

A correspondente da BBC em Havana, Sarah Rainsford, diz que o processo de obtenção de permissão de viagem é odiado pela maioria dos cubanos.

Com as mudanças, cubanos com residência permanente na ilha poderão ficar no exterior até 24 meses sem necessidade de renovar a documentação. Atualmente, o prazo é de 11 meses.

Rainsford diz ainda que, anteriormente, o governo de Cuba encarava as pessoas que tentavam sair do país como traidores e inimigos da revolução.

Sob o comando do presidente Raúl Castro, que sucedeu seu irmão, Fidel Castro, em 2008, o país vive um processo de abertura, com a gradual redução de diversas restrições nas áreas política, econômica e social.

Fonte: Último Segundo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lisboa: ruas da cidade tem nomes criativos e inusitados


Nomes das ruas de Lisboa são convite à imaginação em Portugal

Rua Triste-Feia, beco do Cascão são alguns dos nomes inusitados. Especialista explica que o nome que o povo dá sempre prevalece.

André Luiz Azevedo, Lisboa, Portugal, para o Jornal Hoje

 
Pegue o beco do Carrasco, vire à direita na calçada do Cascão e de repente a rua da Triste-Feia. Uma indicação assim só em Lisboa mesmo.

Nosso passeio pelas ruas e bairros de nomes curiosos começa ao pegar um ônibus para o bairro do Senhor Roubado. O lugarejo parece não se envergonhar do nome. Ele está estampado no pequeno comércio. Mas quem será que foi o tal senhor roubado?

O Senhor Roubado foi a imagem do Nosso Senhor Jesus Cristo roubada de uma igreja no século 17. Percorrendo ruas e becos, chegamos a uns nomes curiosos. Outros que fazem referência a profissões, moradores.

A travessa do Judeu faz esquina com a rua do Poço dos Negros. A rua do André Valente não tem nada a ver comigo, mas há também lembranças sinistras como o beco do Carrasco. Será que é lembrança da época da perseguição religiosa?

Na feira da Ladra, uma das mais antigas de Lisboa, as mercadorias são aquelas comuns em feiras de quinquilharias, algumas antiguidades, mas quem será que deu o nome à feira? Nós procuramos o professor de história de Lisboa, João Alves Dias, para entender como surgem nomes tão curiosos assim.

Ele dá o exemplo de um dos lugares mais conhecidos da capital portuguesa: o Chiado. A placa diz que é em homenagem ao poeta que tinha esse apelido. Mas o professor diz que, na verdade, é por causa do chiado das rodas dos bondes e das antigas carruagens, mas o importante, ele diz, é que o nome que o povo dá sempre prevalece.

Mas logo aparece alguém para esclarecer a origem de um nome tão estranho para a rua Triste-Feia. Um morador da região explica: “dizem que era uma senhora que vivia na parte de cima da rua e que não era muito bonita e daí o nome”.

Olhando a cidade do alto, não dá nem para imaginar quantos nomes de ruas, becos, bairros interessantes, divertidos e curiosos ainda há para descobrir em Lisboa.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Jerusalém pelas janelas de seus moradores


Moradores da Cidade Velha veem pelas janelas seus lugares sagrados

Correspondente da Rede Globo passeia pela Cidade Velha, em Jerusalém, em 27/10/12.
As janelas revelam pontos sagrados para cristãos, muçulmanos e judeus.

Carlos de Lannoy, Jerusalém, para o Jornal Hoje
 
 
Percorremos as ruas da velha cidade de Jerusalém. No bairro judeu, atravessamos a sala da casa até a janela que nos leva para o terraço. Sempre tem algum detalhe que chama a atenção: o gato curte a paisagem e o catavento indica que a brisa é constante.

Há janelas para todos os gostos, de todos os tamanhos e formas. Podemos ver o portão de Jafa e outros pedaços da história. Naquela que virou vitrine, é interessante observar a cerâmica fabricada pelos armênios. O livreiro aproveitou o marco para expor os seus livros em árabe. Antenas de televisão e tanques de água dividem a paisagem com cruzes, os campanários das igrejas, os moazins que chamam os muçulmanos para a reza. Por trás do farol, é possível avistar o teto da velha sinagoga. Do alto dá para ver o burburinho dos turistas e o bate-papo dos religiosos. Fotografar é como abrir uma janela na memória. "Tem uma surpresa em cada esquina", diz a turista canadense.

No muro das lamentações, sempre tem gente rezando. Mesmo janelas que acumulam poeira têm certo charme. Na barbearia, enquanto o cliente reforma o “telhado”, a gente acompanha o movimento na Via Dolorosa, a rua onde Jesus passou carregando a cruz.

No prédio onde mora o Emil, um cristão árabe, tem uma janela quebrada com vista para toda a cidade. A escada conduz ao telhado onde, entre roupas penduradas no varal, podemos contemplar a Igreja do Santo Sepulcro. Do outro lado mesquitas e sinagogas. "É um sentimento muito legal acordar de manhã e ter essa vista. Parece que estamos mais perto de deus, com todos esses templos do lado", diz.

Em frente à casa do Emil tem uma obra. É uma restauração. A casa antiga está hoje alguns metros abaixo do nível da rua. As portas e janelas da casa já não mostram mais a paisagem. Apenas contam a história da cidade destruída e reconstruída inúmeras vezes.

Jerusalém tem 30 mil moradores e recebe mais de três milhões de visitantes. Os russos Igor e Maria contam que já ficaram em hotéis modernos, fora dos muros, mas desta vez preferiram ficar em um edifício antigo, que tem janelas e uma vista deslumbrante. "Daqui do alto dá para sentir a incrível energia da cidade", diz ele.

As construções em Jerusalém são todas muito antigas. A casa onde o Afif mora com a mulher, quatro filhos e a mãe tem mais de 800 anos. Ele nos levar para um lugar muito especial e prova porque é considerado um dos moradores mais privilegiados da cidade velha. A casa dele é uma das poucas que fica sobre o muro que contorna o chamado monte do templo pelos judeus, lugar onde os muçulmanos ergueram seus templos há mais de 1.300 anos. Alguns metros separam o pátio do domo da rocha e da mesquita de Al Aqsa. Todas as manhãs, sentado na cama, faz uma leitura. Afif abre a cortina e pela janela recebe em seu quarto o brilho e a energia da cúpula dourada. Enquanto olha para o templo, bem ali à sua frente, ele resume: "esse lugar é o meu coração".

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Pinturas de Michelangelo feitas há 500 anos são atrações no Vaticano

Capela Sistina foi construída no século XV.
Cerca de 20 mil turistas visitam o Vaticano diariamente.

Ilze Scamparini, Vaticano, para o Jornal Hoje
 
 
No dia 24/11/12, a correspondente Ilze Scamparini, da Rede Globo, visitou a Capela Sistina, no Vaticano, no aniversário de 500 anos dos afrescos de Michelangelo. Os museus do Vaticano recebem cerca de 20 mil turistas por dia, cinco milhões por ano.

Michelangelo, até então reconhecido como escultor, inventou a tridimensionalidade na pintura. Na história da arte, os anjos e profetas em movimento, de um Michelangelo atormentado, mudaram o conceito até do corpo humano.

A Capela Sistina, construída no século XV, hoje preocupa. O diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci, observa que é necessário pensar na conservação do patrimônio. O pó, a umidade e até a respiração dos turistas podem comprometer as obras.