O tradicional ritmo português tem como instrumentos básicos a guitarra portuguesa e o violão. E uma grande voz sempre.
O fado é um dos ritmos mais tradicionais de Portugal.
Uma música que se escuta no escuro... com silêncio reverencial... em ambientes sofisticados, de luxo... mas às vezes também é preciso se sentar no chão. Jovens... senhores... homens... mulheres... são os cantores de fado de Lisboa.
Se vestem sempre de negro, as mulheres só cantam de olhos fechados... não precisam de microfone nunca... querem mesmo exibir a potência da voz.
Esse é o mundo do fado da noite de Lisboa. E é percorrendo becos, subindo e descendo escadarias que descobrimos a música típica portuguesa.
O português com sotaque brasileiro, criado no Rio de Janeiro, Rui Valente cita as características do fado: "Música melancólica, triste, mas bonita... para um brasileiro, que está acostumado com alegria... mas que te leva para uma coisa que você nem sabe explicar direito o que é que é", diz sorrindo.
Os instrumentos básicos do fado são a guitarra portuguesa e o violão. E uma grande voz sempre. O público adora. Dizem que há centenas de locais para se ouvir o fado em Lisboa.
Um antigo convento que foi transformado numa casa noturna. O lugar é tão apertado que para ter o show tem que fechar a única porta e aí quem está dentro não sai e quem está fora não entra.
Em um lugar assim a voz ressoa mais ainda.
Um fadista de 89 anos estava se apresentando. Ali é preciso sentar no chão mesmo para ouvir uma das jovens revelações da música portuguesa. Mesmo com todo o aspecto bem mais moderno, Raquel Tavares diz que é uma fadista tradicional, mas que gosta de cantar coisas alegres também.
"Porque o fado, na minha opinião, é cantar a vida. E cantar a vida não é só cantar a tristeza felizmente a vida não é só feita de coisas tristes", diz a fadista.
Assim como a música brasileira invadiu Portugal há muitos anos e ficou. O fado português também sonha em conquistar o Brasil. E já tem muitos fãs entre os brasileiros.
"Poesia cantada é dramatica sempre. Às vezes, um pouco exageradamente dramática né, mas é sempre bonito", conclui o escritor Luiz Fernando Veríssimo.