segunda-feira, 27 de agosto de 2012

“Os colegas de Anne Frank”

Livro relata o encontro do autor, Theo Coster, com cinco sobreviventes do holocausto, entre eles, Nanette Blitz Konig, amiga de Anne Frank, de 83 anos, que refez a vida no Brasil.

Quase 70 anos depois da morte de Anne Frank - a adolescente judia que relatou em um diário os horrores do nazismo - os amigos que estudaram com ela se reúnem para homenageá-la! Encontramos uma das colegas em São Paulo. Uma mulher que conviveu com Anne Frank num campo de concentração

Como lidar com as sequelas de um campo de concentração? “Eu fiquei perto de ficar, realmente, de enlouquecer. conta Nanette Blitz Konig, economista. Da loucura, Nanette se livrou. Das lembranças da guerra, não.

“A mente humana não possui um botão de apagar. Não tem”, afirma Nanette.

Nanette Konig foi colega de aula de Anne Frank, a adolescente judia que se escondeu com a família para fugir dos nazistas na Holanda, ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. Ela ficou famosa por causa do diário que escreveu no esconderijo, um anexo secreto da fábrica do pai.

“Quando você lê o livro, você vê que ela amadurece enquanto escreve”, diz Nanette.

“O Diário de Anne Frank”, publicado depois da morte da autora num campo de concentração, tornou-se um dos livros mais traduzidos do mundo.

“O livro registra as emoções de uma menina de 13 anos que quer namorar, que quer viver, que vê um futuro à sua frente e que registra também o seu olhar para além daquelas janelas. Uma vida de violência, uma vida de prisões, de mortes e da qual ela vai ser inclusive uma das protagonistas”, explica Maria Luiza Tucci Carneiro, historiadora da USP.

Mais de 60 anos depois da publicação do diário, a história da adolescente judia é recontada em outro livro. “Os colegas de Anne Frank” relata o encontro do autor, Theo Coster, com outros cinco sobreviventes do holocausto. Todos eles estudaram com Anne no Liceu Judaico de Amsterdã.

O encontro também foi registrado num documentário. Os colegas de Anne Frank se reúnem na Holanda para ler dedicatórias deixadas por ela em diários escolares. E se emocionam ao visitar o compartimento secreto onde Anne se escondeu.

“Ela escreveu para mim em 26 de abril de 1942, e me desejou uma vida longa e feliz. Mas exatamente um ano depois, em abril de 1943, ela era levada para o campo de extermínio de Sobibor”, lembra Hannah Goslar.

Theo Coster mostra a porta secreta do anexo. O filme mostra uma imagem rara de Anne Frank, em 1941. Theo explica ao neto que uma das sobreviventes conviveu com ela num campo de concentração. É Nanette Konig, que hoje mora no Brasil.

Nanette mora na zona oeste de São Paulo, e logo no primeiro contato por telefone, a senhora prontamente aceitou receber o Fantástico, deixando claro que lembrar, talvez, seja a melhor maneira de superar o passado.

Nanette tem 83 anos e vive na mesma casa desde 1959. Rodeada por um belo jardim, ela refez a vida. Se casou com um executivo húngaro, teve três filhos, seis netos e três bisnetos. A curiosidade natural de todos era saber porquê na família não havia outros avós, tios ou primos. Então, ela montou um museu pessoal para responder aos filhos, netos e bisnetos.

Dos tempos da perseguição nazista e do cativeiro, Nanette guarda fotos, documentos e lembranças dolorosas, como a última carta do pai, que assim como a mãe e os irmãos, também morreu num campo de concentração.

Nanette lembra claramente da festa de aniversário de 13 anos de Anne Frank, sua colega no Liceu Judaico. “Eu vi os presentes que ela ganhou, e um dos presentes foi o primeiro diário”, lembra.

Logo Anne Frank iria para o esconderijo da família. Seus colegas permaneceram no Liceu.

Tinham 30, e só sobraram 14 para o segundo ano. Em um ano, metade da classe já tinha sido levada pelos nazistas.

As pessoas foram desaparecendo aos poucos.

“Porque tinha uma meta por semana de tantos judeus que tinham de ser mandados para Westborough e para campos de extermínio”, diz Nanette.

Em fevereiro de 1944, Nanette foi levada para o campo de concentração de Bergen Belsen, na Alemanha, onde encontrou Anne Frank muito debilitada.

Nanette lembra que o encontro foi inesquecível. “Eu primeiro a vi através do arame farpado. Ela estava embrulhada num cobertor, ela não aguentava mais a roupa cheia de piolhos, estava tremendo de frio e era um esqueleto. Eu até hoje não sei como dois esqueletos pudessem se reconhecer”.

Anne contou sobre os planos de escrever um livro usando anotações no diário e em papéis avulsos.

“Nós estávamos sonhando. Não sabíamos nada, estávamos sonhando, com toda a convicção de que as duas iriam sobreviver, o que, infelizmente, não aconteceu”, diz Nanette.

Anne Frank morreu em março de 1945.

“Encontrei com ela várias vezes, até que ela ficou mal e foi para uma barraca. E eu não estava lá, quando ela morreu, não. Aí nunca mais a vi”, conta Nanette.

Quando o exército inglês invadiu o campo de concentração onde estava, Nanette foi encontrada à beira da morte. Ela conta que estava pesando, quando já tinha comido alguma coisa, 32 kg. Nanette só se salvou porque um oficial arranjou vaga num avião para que ela fosse levada à Inglaterra. “Ele fez isso porque realmente era um judeu”, conta.

Nanette nunca mais encontrou o seu salvador. “Quem viu o que ele viu não era possível que ele mantivesse contato, porque deve ter sido traumatizado fora de qualquer imaginação”.

Inimaginável para Nanette é ter vivido o que ela viveu e se calar. “Dizer ‘nunca mais’ não basta. Nós temos que fazer parte desse ‘nunca mais’. Eu falo em nome de todos aqueles que não estão mais aqui para falar. É obrigação minha e dos outros falar, para que eles sejam lembrados”, destaca Nanette.
Fonte: Fantástico (Globo).



domingo, 26 de agosto de 2012

selo armstrong (Foto: Nasa)
O astronauta norte-americano Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua, morreu neste sábado aos 82 anos. Em comunicado, sua família informou que a morte resultou de complicações ocorridas depois de uma cirurgia cardiovascular em Columbus (Ohio).

Veja também:
Charge: Morre Neil Armstrong, 1º homem a pisar na Lua
Veja fotos da trajetória de Armstrong

Nascido em Wapakoneta (Ohio), em 5 de agosto de 1030, filho de um auditor do governo de Ohio, Armstrong aprendeu a pilotar aviões quando adolescente e já tinha brevê aos 15 anos, antes de ter habilitação para dirigir carros. Começou a estudar engenharia aeronáutica em 1947 na Universidade Purdue e chegou a ser aceito pelo prestigioso Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT), mas não chegou a cursar.

Como tinha uma bolsa de estudos financiada pela Marinha - num esquema de estudar dois anos, servir à Força naval durante três anos e depois voltar aos estudos -, Armstrong teve de interromper a atividade acadêmica. Qualificado como piloto de aviões navais de ataque, participou de 78 missões de combate na Guerra da Coreia (1050-53), antes de voltar a estudar. Formou-se engenheiro aeronáutico em Purdue em 1955 e ais tarde, em 1070, obteve um título de mestrado em engenharia aeronáutica na Universidade do Sul da Califórnia.

Em 1955, Armstrong começou a trabalhar como piloto de testes de aeronaves experimentais na Estação de Voo de Alta Velocidade do Comitê Assessor Nacional para Aeronáutica, na base aérea Edwards, na Califórnia. Ali, participou do esforço norte-americano para romper a barreira da velocidade do som, chegando a voar com o piloto que conseguiria aquela façanha, Chuck Yeager. Armstrong também participou de voos de teste de aviões experimentais famosos, como o X-1 e o X-15. Em sua carreira como piloto de testes, ele acumulou 2.400 horas de voo em mais de 200 modelos diferentes de aviões; com o X-15, ele alcançou a altitude máxima de 63,2 mil metros e uma velocidade máxima de 6.615 km/h, ou 5,74 vezes a velocidade do som.

Em 1958, Armstrong foi selecionado para ser um dos pilotos-engenheiros do programa "Homem no Espaço Mais Cedo", da Força Aérea, com o qual os EUA pretendiam competir com o programa espacial soviético, mais avançado na época. A partir de 1962, ele passou a integrar o corpo de astronautas da Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), do qual era um dos dois únicos civis. Mas ele não foi o primeiro não-militar a chegar ao espaço: a façanha foi realizada por Valentina Tereshkova, trabalhadora da indústria têxtil, na nave soviética Vostok 6, em junho de 1963.

Armstrong foi ao espaço pela primeira vez em março de 1966, na oitava missão do projeto Gemini. A partir do começo de 1967, ele participou do projeto Apollo, para levar uma nave tripulada à Lua. Em dezembro de 1968, quando a Apollo 8 fazia a primeira órbita em torno da Lua, Armstrong foi escolhido para ser o comandante da missão Apollo 11, que contaria também com Edwin Aldrin como piloto do módulo lunar e Michael Collins como piloto do módulo de comando. Em uma reunião da Nasa em março de 1969 ficou decidido que Armstrong, e não Aldrin, seria o primeiro homem a pisar na Lua (Collins ficaria em órbita lunar com o módulo de comando).

O lançamento da Apollo 11 foi em 16 de julho de 1969 e o pouso na lua aconteceu no dia 20. Quando o módulo lunar Eagle pousou no Mar da tranquilidade, Armstrong transmitiu a informação: "Aqui, Base Tranquilidade; a Águia pousou". Sua frase mais famosa, porém, foi quando seus pés tocaram a superfície lunar pela primeira vez: "Um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para a humanidade".

Logo depois de voltar à Terra, Armstrong anunciou que não pretendia voltar ao espaço. Ele foi nomeado vice-administrador associado para Aeronáutica em um programa novo, a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada para a Defesa (Darpa), cujo projeto mais famoso viria a ser conhecido como internet.

Armstrong deixou a Nasa e a Darpa em 1971, passando a atuar como professor de engenharia aeroespacial na Universidade de Cincinnati. Mais tarde, trabalhou para empresas como Chrysler, Marathon Oil, Learjet, Cincinnati Gas & Electric, United Airlines e Eaton. Sofreu seu primeiro ataque cardíaco em 1991.

A primeira mulher de Armstrong, Janet, divorciou-se dele em 1994, depois de 38 anos de casamento. Ele se casou novamente, com Carol Held Knight, no mesmo ano. Em 7 de agosto deste ano, Armstrong foi hospitalizado em um hospital em Columbus para desobstrução da artéria coronária. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

 
Fonte: Yahoo! Notícias.

P.S.: Além de Armstrong, outros 11 homens caminharam na Lua entre 1969 e 1972.

1- Neil Armstrong, na nave Apollo 11, em 1969. Nasceu em 1930 e morreu em 2012.

2- Buzz Aldrin, na Apollo 11, também em 1969. Ele nasceu em 1930.

3- Charles "Pete" Conrad, na Apollo 12, em 1969. Nasceu em 1930 e morreu em 1999.

4- Alan L. Bean, na Apollo 12, em 1969. Nasceu em 1932.

5- Alan Shepard, na Apollo 14, em 1971. Nasceu em 1923 e morreu em 1998.

6- Edgar D. Mitchell, na Apollo 14, em1971. Nasceu em 1930.

7- David Scott, na Apollo 15, em 1971. Nasceu em 1932.

8- James B. Irwin, na Apollo 15, em 1971. Nasceu em 1930 e morreu em 1991.

9- John Young, na Apollo 16, em 1972. Nasceu em 1930.

10- Charles M. Duke Jr., na Apollo 16, em 1972. Nasceu em 1935.

11- Eugene A. Cernan, na Apollo 17, em 1972. Nasceu em 1934.

12 - Harrison "Jack" Schmitt, na Apollo 17, em 1972. Nasceu em 1935.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

América Latina é a região mais urbanizada e desigual do mundo, diz ONU

Cerca de 90% da população do Brasil e do resto do Cone Sul viverá nas cidades em apenas oito anos, enquanto em toda a América Latina, a região mais urbanizada do mundo, a brecha entre pobres e ricos aumenta em muitos países, onde mais de um quarto da população mora em favelas e comunidades carentes, advertiu a ONU esta terça-feira.

"A América Latina é a região mais urbanizada do mundo, mas também uma das menos povoadas em relação ao seu território. Quase 80% de sua população vive em cidades, uma proporção superior à do grupo de países desenvolvidos", diz um relatório da ONU-Habitat, o programa da ONU para Assentamentos Humanos.

O Cone Sul, do qual o Brasil faz parte, é a região onde há uma proporção maior da população vivendo em cidades, seguido pelos países andinos e pelo México - com uma taxa de população urbana de 85% atualmente -, e depois por Caribe e América Central.

Paralelamente, entre 1990 e 2009 a desigualdade aumentou em Colômbia, Paraguai, Costa Rica, Equador, Bolívia, República Dominicana, Argentina e Guatemala, segundo o relatório.

Na região com 588,6 milhões de habitantes, considerada desde os anos 1970 a mais desigual do mundo, 20% da população mais rica têm em média uma renda per capita quase 20 vezes superior à renda dos 20% mais pobres.

"O principal desafio é como combater as desigualdades que existem nas cidades. É uma contradição bem grande do modelo econômico da América Latina em geral", disse Erik Vittrup, especialista da ONU-Habitat.

Na região, os países mais desiguais com base na distribuição de renda são, nesta ordem, Guatemala, Honduras, Colômbia, Brasil, República Dominicana e Bolívia, enquanto os menos desiguais são Venezuela, Uruguai, Peru e El Salvador.

"A desigualdade de renda é extremamente elevada. Há um déficit considerável de emprego e uma abundante informalidade, que se concentra nos jovens e nas mulheres", diz a ONU.

Apesar dos progressos feitos por América Latina e Caribe nos últimos 10 anos, 124 milhões de pessoas vivem na pobreza nas cidades, mais da metade no Brasil (37 milhões) e no México (25 milhões).

Mais de um quarto da população urbana, 111 milhões de pessoas, vive em favelas, um número maior do que há 20 anos, segundo a ONU.

O número de cidades na região aumentou seis vezes em 50 anos. A metade da população urbana, 222 milhões de pessoas, mora em cidades com menos de 500.000 habitantes e 14% (65 milhões de pessoas) vivem em megacidades, destacou o relatório, intitulado "O estado das cidades da América Latina".

O documento destaca com preocupação que as cidades latino-americanas continuam se expandindo fisicamente de uma forma que "não é sustentável", apesar da desaceleração demográfica.

"É ridículo continuar propondo modelos urbanos (...) com grandes programas habitacionais em enormes áreas (distantes) quando a vantagem das cidades é a concentração de cidadãos, infraestrutura e serviços. A densidade urbana está diminuindo quando deveria aumentar. (...) Não precisamos de mais terra", disse Vittrup, pedindo aos governos para "orientar os mercados imobiliários".

O especialista da ONU-Habitat mencionou o exemplo do México, onde foram construídos cinco milhões de casas em áreas distantes que davam a investimentos o melhor retorno, mas que acabaram ficando vazias porque ninguém queria se mudar para lá.

"É dramático que os governos façam residências para os pobres que ninguém vai utilizar. Estamos reproduzindo modelos que sabemos que não funcionam", afirmou.

O relatório destaca que o crescimento demográfico e a migração do campo para a cidade perderam força e que "a evolução demográfica das cidades tende a se limitar a um crescimento natural".

"As migrações agora são mais complexas e ocorrem principalmente entre cidades, às vezes através de fronteiras internacionais", de uma cidade para outra ou entre o centro e a periferia, sustenta.

O relatório destaca com preocupação que as cidades são cada vez menos compactas e seguem se expandindo fisicamente, apesar da desaceleração demográfica, de uma maneira que "não é sustentável".

As 40 principais cidades da América Latina produzem anualmente um PIB de mais de 842 bilhões de dólares e são verdadeiros motores da economia regional, segundo a ONU.

Fonte: Yahoo! Finanças.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Livro lembra os 70 anos dos ataques que levaram Brasil entrar na 2º Guerra

Em 1942, cinco navios brasileiros foram atacados pelos nazistas. Sobrevivente é a protagonista do livro-reportagem que conta episódio.


Na Bienal do Livro, uma publicação foi lançada na quinta-feira (16/08) lembrando os 70 anos dos ataques de submarinos alemães que acabaram levando o Brasil a entrar na Segunda Guerra Mundial.

Depois de passar horas boiando numa caixa de madeira usada para transporte de leite condensado, uma menininha foi resgatada. Era Walderez Cavalcante. Ao lado do pai, sobreviveu ao naufrágio do navio Itagiba, torpedeado pelo submarino alemão. “Quando pegaram meu pai, ele pergunta por mim. Então disseram que eu não tinha sido recolhida. Então ele pede que larguem ele, porque ele também não quer sobreviver. Então é quando veem uma caixa boiando, muito distante. Fui a última sobrevivente a ser recolhida”, conta a sobrevivente, Walderez Cavalcante.

O jornalista Marcelo Monteiro passou os três últimos anos atrás de Walderez Cavalcante. Ela é a protagonista do livro-reportagem que conta um episódio marcante da história do Brasil. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1942, cinco navios brasileiros foram atacados pelos nazistas.

“O que eu acho que é muito relevante: em três dias, em menos de 72 horas, morreram 607 pessoas. Se a gente for fazer um paralelo com o que morreu de gente com a participação brasileira na guerra, que foram 465 pessoas em um ano, a gente pode ter uma ideia da dimensão desse episódio”, diz o autor Marcelo Monteiro.

O prefácio, que é do escritor Luis Fernando Veríssimo, diz que esse livro "lança luz sobre as sombras que ficaram para trás, as histórias que ainda faltavam contar". Realmente, apesar da importância histórica desse fato, que levou o Brasil a entrar na Segunda Guerra Mundial, ele ainda é pouco conhecido pelos brasileiros.

Walderez demorou uma vida inteira para conseguir falar a respeito, e até hoje quando lembra, se emociona. “Sempre dá vontade de chorar. “Eu controlo, mas é difícil”.

Fonte: Jornal da Globo (G1).


O livro
Título: U-507 - O submarino que afundou o Brasil na Segunda Guerra Mundial
Autor: Marcelo Monteiro
Prefácio: Luís Fernando Veríssimo
Formato: 16X23 cm
Páginas: 350
ISBN: 978-85-8013-121-5

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Espanhóis realizam festival 'viking' na lama

Fantasiados de viking relembram ataque ao país há quase mil anos.
Festival anual acontece na cidade de Catoira, na costa oeste da Espanha.

 
G1 com informações da AP


Homem se joga na lama durante festival viking na Espanha. (Foto: Lalo R. Villar/AP)


O Festival acontece no primeiro domingo de agosto, comemora os ataques vikings na costa noroeste da Espanha, cerca de 1000 anos atrás. (Foto: Lalo R. Villar/AP)


Mulheres também participam do festival na Catoira, município na província de Pontevedra, comunidade autónoma da Galiza (Foto: Lalo R. Villar/AP)


Folião vestido de guerreiro viking participa de festival neste domingo (05). (Foto: Lalo R. Villar/AP)

domingo, 5 de agosto de 2012

Arqueólogos desenterram passado de mais de 8 mil anos na Grande BH/MG

Estudiosos encontraram quase 5 mil peças em Matozinhos.
Elas foram lavadas, passaram por triagem e ganharam identificação.


Alex Araújo, do G1 MG
Milhares de fragmentos de ossos humanos, de conchas e de pedras. Este é o resultado de seis semanas de escavações feitas por uma equipe multidisciplinar composta por arqueólogos, bioantropólogos, geólogos, geógrafos, historiadores e artistas plásticos no distrito de Mocambeiro, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os profissionais estavam à procura de sepultamentos que ocorreram, de acordo com eles, há mais de 8,2 mil anos em um sítio arqueológico chamado Lapa do Santo.

Arqueólogos fazem escavações na Lapa do Santo, em Matozinhos (Foto: Alex Araújo/G1)
Arqueólogos fazem escavações na Lapa do Santo, em Matozinhos (Foto: Alex Araújo/G1)

A segunda fase dos trabalhos começou no dia 24 de junho e termina neste domingo (5). De acordo com o arqueólogo e coordenador da iniciativa, André Strauss, de 28 anos, quatro sepultamentos humanos, ferramentas, chifres de animais e centenas de lascas de pedras de quartzo foram localizados nos seis metros cúbicos de escavações. A expedição começou com 35 integrantes e terminou com 19.
saiba mais

Na primeira etapa, em 2011, quatro metros cúbicos de área foram explorados. Os trabalhos serão reiniciados em julho de 2013. De acordo com Strauss, as escavações são feitas no período de seca porque é impossível chegar ao local pelas estradas de terra em época de chuva e também porque concilia com as férias acadêmicas, já que a maioria dos expedicionários ainda estuda.

Intitulado “As práticas mortuárias dos primeiros americanos”, Strauss disse que o projeto tem como objetivo saber como viviam os nossos antepassados. "A intenção é descobrir sobre a mobilidade, estratégias de subsistência, alimentação e rituais feitos nos funerais como a manipulação, corte, reorganização de ossos e como era a visão deles em relação à morte", explicou.

Strauss contou que os trabalhos de buscas eram feitos de segunda-feira a sábado, das 8h30 às 17h30, com intervalo para refeições, no sítio arqueológico, em Matozinhos. A jornada se estendia á noite, depois do jantar, na base de pesquisa, no Parque Estadual do Sumidouro, gerido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), em Pedro Leopoldo, também na Grande BH, onde os estudiosos faziam a triagem dos materiais. Strauss revelou que mais de 4.816 peças entre ossos, conchas e pedras foram recolhidas na expedição.

Segundo especialistas, crânio encontrado pode ter de 8,2 mil a 8,4 mil anos. (Foto: Alex Araújo/G1)
Segundo especialistas, crânio encontrado pode ter de 8,2 mil a 8,4 mil anos (Foto: Alex Araújo/G1)

Na última terça-feira (31), um crânio adulto, provavelmente de um homem, foi encontrado. Os arqueólogos estimam que ele tenha de 8,2 mil a 8,4 mil anos.

Todos os elementos encontrados durante a expedição serão levados para o Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos, na Universidade de São Paulo (USP) e, de acordo com Strauss, serão estudados por um período que varia entre dez e 15 anos.

Ele disse que, depois de escavar e descobrir as raridades, o acervo passa por lavagem, triagem, colocação de código de barras para identificação e registro informatizado com etiquetas plastificadas. “Toda a experiência foi trazida da Alemanha, do Instituto Max Planck, que financia o projeto”, explicou. Ele preferiu não divulgar o valor do apoio, e destacou a importância da tecnologia nos trabalhos.

Os especialistas em arqueologia usam a datação por carbono 14 para descobrir a idade dos fósseis escavados. O processo determina a idade dos objetos de origem biológica como ossos, tecidos, madeira e fibras de plantas. “À medida que o carbono 14 diminui, sabe-se a meia-vida do elemento por causa da proporção”, disse Strauss. Cada meia-vida do carbono 14 é de 5,7 mil anos.

Carro que levava arqueólogos teve problemas mecânicos (Foto: Alex Araújo/G1)
Carro que levava arqueólogos teve problemas mecânicos (Foto: Alex Araújo/G1)

Contratempos

Na última quarta-feira (1º), quando o G1 foi à Lapa do Santo, registrou um contratempo. A Kombi que transportava a equipe que trabalhava nas escavações quebrou no caminho entre a base de pesquisa e o sítio arqueológico, um percurso de aproximadamente 25 quilômetros que é feito em cerca de 40 minutos. Faltou óleo no motor e o veículo parou. Mas nada que tirasse o bom humor e a vontade de trabalhar dos dez expedicionários.

Quatro deles seguiram viagem no carro da reportagem e os outros ficaram na estrada aguardando por socorro, que chegou rápido e os levou até as escavações.

E não há imprevistos que façam os especialistas desistirem de trabalhar. É o caso da bioantropóloga e cocoordenadora do projeto, Mariana Inglez, de 23 anos, que veio de São Paulo. “Essa etapa de campo é muito importante porque a experiência de campo é fundamental. Vale a pena a distância e a saudade da família”, disse Mariana.

Ela contou que a mãe fica triste com a ausência, mas apoia porque entende a importância do projeto. “Não tem problema o carro quebrar, a gente ter que fazer xixi no meio do mato, ter que dividir o quarto e o banheiro com mais de 20 pessoas”, falou, bem-humorada.

Já a arqueóloga portuguesa Sônia Cunha, de 29 anos, formada pela Universidade do Minho, falou que a experiência é compensadora porque ela não havia trabalhado especificamente na área. Sônia destacou a importância da informatização no processo de registro. “Dessa forma não se perdem minúcias dos dados”. Ela também destacou a oportunidade única de trabalhar com arqueologia em Minas Gerais.

Visão externa da Lapa da Serra, em Matozinhos (Foto: Alex Araújo/G1)Visão externa da Lapa do Santo, em Matozinhos (Foto: Alex Araújo/G1)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Navio Negreiro


I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.

II


Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...


III


Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
 




V


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...

VI


Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Castro Alves




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Obama pode descender de um dos primeiros escravos africanos nos EUA

Washington, 30 jul (EFE).- O presidente dos EUA, Barack Obama, poderia descender de um dos primeiros escravos africanos da história do país de que se tem registro, segundo anunciou nesta segunda-feira uma empresa desenvolvedora de árvores genealógicas.

O surpreendente, de acordo com "Ancestry.com", é que o vínculo não seria por parte de seu pai, procedente do Quênia, mas por parte de sua família materna, branca, originária do estado do Kansas, com raízes irlandesas.

Após anos de pesquisa os analistas de "Ancestry.com" concluíram que Obama seria bisneto em 11º grau de John Punch, um servente que foi punido em 1640 com a escravidão perpétua, ainda na colônia da Virgínia, por tentar escapar.

Os serventes costumavam trabalhar durante um período nas colônias primitivas, geralmente em trabalhos no campo, em troca de teto e comida, mas sem receber qualquer retribuição financeira.
Punch é o primeiro caso de escravidão documentado nas colônias, ocorrido décadas antes que começassem as primeiras leis de escravidão na Virgínia.



"Dois dos afro-americanos mais significativos na história de nosso país, incrivelmente, estão vinculados diretamente", indicou o genealogista de "Ancestry.com" Joseph Shumway em comunicado.

Os pesquisadores estudaram documentos históricos do estado da Virgínia, como certidões de casamento, registros de propriedade de sua família materna, assim como análise de DNA e descobriram um ancestral africano.

Seguindo a pista dos antepassados da mãe de Obama, Stanley Ann Dunham, descobriram que ela descendia de um fazendeiro branco da Virgínia, que por sua vez descendia de um homem africano, que seria Punch.

Os documentos, segundo "Ancestry.com", revelam que Punch teve filhos com uma mulher branca, transferindo assim seu status de pessoa livre a seus descendentes, que foram bem-sucedidos homens de negócios.

"A investigação genealógica sobre indivíduos que viveram há centenas de anos nunca pode ser uma prova definitiva de que um homem é progenitor de outro", assinalou em comunicado Elizabeth Shown, ex-presidente do Conselho de Certidão de Genealogistas.

No entanto, assegurou que "este estudo cumpre os mais altos níveis (de qualidade) e pode ser considerado com confiança".

Por sua vez, Shumway destacou a coincidência histórica, já que "após um século de sofrimento, de guerra civil e de esforços pelos direitos civis, seu bisneto em 11º grau acabou se transformando no líder do mundo livre e realizou o sonho americano".

EFE (Yahoo! Notícias)