No final do século XIX, a grande mobilização operária levou a cúpula eclesiástica de Roma a definir-se oficialmente quanto à sua participação nos novos problemas sociais. Em 1891, o papa Leão XIII lançou a encíclica Rerum Novarum, que expunha o pensamento social católico afirmando que a religião era a única via possível de transformação da sociedade e do estabelecimento da justiça social. Por isso condenava as propostas socialistas de transformação da sociedade através da luta política. Defendia a conciliação entre capital e trabalho e o fim da luta de classes. Apelava ao espírito cristão dos empregadores que respeitassem as necessidades e a dignidade de seus operários, e a estes que respeitassem a propriedade privada. Sua idéia central era que somente a ajuda mútua entre burguesia e proletariado garantiria o progresso social. Recomendava também a intervenção do Estado para melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos setores de habitação e saúde. Após a publicação da encíclica, a Igreja não mais se desvinculou da questão social e de suas concepções políticas, caráter reforçado no século XX, a partir do Concílio Vaticano II (1962-1965).
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