domingo, 14 de outubro de 2012

Fantástico conversa com mulher-símbolo da guerra do Vietnã

 
Kim Phuc contou ao repórter Roberto Kovalick como superou a tragédia e aprendeu a perdoar.
 
Kim Phuc, a menina da foto que revelou o horror da guerra do Vietnã, esteve no Brasil esta semana. Ela contou ao repórter Roberto Kovalick como superou a tragédia e aprendeu a perdoar.

 
Quem a conhece quer posar ao lado dela. Afinal, Kim Phuc é a menina da foto que ajudou a acabar com uma guerra.

1972. Vietnã. Na vila onde Kim morava, um avião jogou bombas de napalm, substância incendiária feita à base de gasolina - hoje, proibida pelas Nações Unidas.

Do meio do fogo e da fumaça, surgiram crianças queimadas.

Um fotógrafo registrou aquele momento para a história. Kim, com 9 anos de idade, aparecia gritando e nua, porque as roupas foram queimadas junto com parte da pele.
Em palestras no Brasil, Kim conta:

"Infelizmente, os soldados que tentaram me ajudar não sabiam que o napalm queima embaixo da pele, e jogaram água em mim. Isso fez o napalm queimar ainda mais profundamente. E eu desmaiei", diz Kim Phuc.

A foto rodou o mundo. Um impacto tão grande que o presidente americano na época, Richard Nixon, disse: "Isso é uma montagem".

E influiu na pressão da sociedade americana para encerrar a guerra, que ainda levou três anos.

Enquanto tudo isso acontecia, Kim estava em um hospital, para onde foi levada pelo próprio fotógrafo Nick Ut. Já adulta, Kim o reencontrou.
“Ele fez o trabalho dele. Não apenas tirou a foto, mas deu um passo além do dever profissional. Ele me ajudou, salvou a minha vida. Sou muito agradecida por isso”, conta Kim.

Quarenta anos depois, as marcas da guerra ainda são visíveis no corpo de Kim. As cicatrizes causadas por napalm são impossíveis de apagar. Ela geralmente usa roupas de mangas compridas, para não chamar demais a atenção, não chocar as pessoas. Mas não se recusa a mostrar as cicatrizes quando alguém pede. São uma espécie de registro da história.

“Estas são minhas cicatrizes. Estão também nas minhas costas. Foi aqui que eu vi meu corpo pegando fogo. E tentei apagar com a outra mão”, mostra Kim.

“Elas ainda doem?”, pergunta o repórter.

“Sim, muita dor. Nas costas e também aqui. Quando o tempo muda, quando faço alguns movimentos e quando adoeço, a dor aparece”, conta Kim.

Há 18 anos, ela reencontrou o capitão americano que comandou o ataque.

“No começo foi muito difícil perdoar, porque sou um ser humano. Eu comecei a rezar pelos meus inimigos e meu coração se tornou mais leve. É por isso que estou sempre sorrindo e sou sempre positiva”, diz Kim.

Kim se tornou embaixadora da boa vontade da Unesco e criou uma fundação para ajudar outras crianças vítimas de guerras. E corre o mundo inspirando jovens com uma mensagem de paz, fé e perdão.
 
“Assistir à palestra dela é uma motivação a mais”, conta uma jovem.

“Ela perdeu praticamente tudo que ela tinha, toda a vida dela, e hoje ela está aqui, mostrando que ela conseguiu reverter a dor em amor”, acrescenta um jovem.

“A mensagem que eu quero dar para as pessoas do Brasil é que todo mundo pode aprender a viver com amor, com esperança e perdão. O desafio para todo mundo é: se aquela menininha pôde fazer isso, todo mundo pode fazer também”, declara Kim.

Fonte: Fantástico.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Armas de Bonnie e Clyde são leiloadas por mais de R$ 1 milhão

História do casal de assaltantes mortos pela polícia em 1934 foi transformada em filme vencedor de 2 Oscars em 1967.

BBC
 

As armas usadas pelo notório casal de assaltantes americanos Bonnie Parker e Clyde Barrow foram vendidas por mais de meio milhão de dólares (mais de R$ 1 milhão) em um leilão neste domingo nos Estados Unidos.

A história de Bonnie e Clyde, que morreram cravejados de balas pela polícia em 1934, foi transformada em 1967 em um filme vencedor de dois Oscars, com Warren Beatty no papel de Clyde e Faye Dunaway no papel de Bonnie.

Os crimes cometidos pela dupla em pleno auge da Grande Depressão os colocou como figuras de destaque no imaginário americano.

As armas do casal foram vendidas como parte de um leilão intitulado American Gangsters, Outlaws and Lawmen (Gangsters Americanos, Foras da Lei e Homens da Lei), realizado pela companhia de leilões RR Auction no Estado de New Hampshire.

O revólver Colt Detective Special .38 de Bonnie foi vendido por US$ 264 mil, enquanto a pistola 1911 Army Colt .45 de Clyde recebeu um lance máximo de US$ 240 mil.

O leilão também teve pertences de Al Capone e do detetive Eliot Ness, entre outros nomes conhecidos.

'Tragédia de Shakespeare'

Bonnie Parker e Clyde Barrow ganharam notoriedade por uma série de assaltos a banco e assassinatos até serem mortos pela polícia em uma emboscada em 23 de maio de 1934.

Além das armas que o casal portava, também foram leiloados objetos retirados do carro onde eles foram mortos, como o estojo de maquiagem de Bonnie e um maço de fotos.

O professor aposentado de história E.R. Milner afirma que é clara a razão pela qual o casal ganhou tanta notoriedade.

'Os americanos e, acredito, a maioria das pessoas, adoram amantes... e aqui estavam estes jovens no meio da pior depressão econômica da história do mundo lutando pelo que acreditavam que era certo e amando um ao outro', disse ele à BBC.

'Era quase como uma tragédia de Shakespeare transportada para uma estrada poeirenta da Louisiana', afirmou.

Fonte: G1.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

R.I.P. Eric Hobsbawn


Morre aos 95 anos o historiador Eric Hobsbawm

Intelectual é considerado um dos maiores historiadores do século XX.
Ele escreveu 'A era das revoluções', 'A era do capital' e outras obras.

Do G1, em São Paulo

Eric Hobsbawm durante uma feira do livro em Leipzig, em 1999 (Foto: Eckehard Schulz/AP)Eric Hobsbawm durante uma feira do livro em Leipzig, em 1999 (Foto: Eckehard Schulz/AP)
O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu nesta segunda-feira (1º) aos 95 anos em um hospital de Londres, informou sua família. Ele sofria de pneumonia.

O intelectual marxista é considerado um dos maiores historiadores do século XX e escreveu "A era das revoluções", "A era do capital", "A era dos impérios", "Era dos extremos", "História social do jazz", entre outras obras.

Hobsbawm nasceu de uma família judia em Alexandria, Egito, em 1917. Ele cresceu em Viena, Áustria, e Berlim, Alemanha, e se mudou para Londres, Inglaterra, em 1933, obtendo a cidadania inglesa. O historiador se filiou ao Partido Comunista da Inglaterra em 1936.

Ele estudou no King's College de Londres e começou a dar aula na Universidade de Birkbeck em 1947, mais tarde tornando-se presidente da instituição.

Em 1962, ele publicou o primeiro de três volumes sobre o que chamou de "o longo século XIX", cobrindo o período entre 1789, ano da Revolução Francesa, e 1914, começo da I Guerra Mundial. O volume seguinte, "Era dos extremos", retratou a história até 1991, o fim da União Soviética.

De acordo com o jornal britânico "The Guardian", ele tem um livro em revisão a ser publicado em 2013.

Ele veio ao Brasil em 2003 participar da primeira edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), evento do qual foi estrela.

O historiador britânico Eric Hobsbawm posa durante a primeira edição da Flip, em 2003; ele foi considerado a estrela daquela edição  (Foto: Divulgação)
O historiador britânico Eric Hobsbawm posa durante a primeira edição da Flip, em 2003; ele foi considerado a estrela daquela edição (Foto: Divulgação)